09 outubro 2009

Morningside



[15.Junho]
Amanheceu.
Como qualquer outra manhã.
Espreguiça-se na esperança que isso alivie o seu dia.
Preguiçosamente, vira-se na cama.
Levanta a cabeça surpresa por o ainda encontrar lá.
Mãos juntas, como se rezasse; uma expresssão de paz; um sorriso maroto, como se também nos seus sonhos fosse a força de vida que é todos os dias, quando acordado. O cabelo revolto.
Solta um riso. Porque o apanhou tão indefeso. Porque é de manhã. Porque ele ainda lá está.
Faz-lhe uma festa na testa, que se enruga por momentos, como se de repente se desse conta que alguém o encontra com a guarda tão baixa.
Atira com os lençóis e dirige-se para a casa de banho, a cantarolar, mas não sem antes o beijar levemente na testa e deixar um: “gosto de ti...” preso à sua pele.
Tropeça na roupa dele a caminho da casa de banho. Ri-se. Ele é tão real. Quão mais real poderia ser do que tropeçar na roupa dele? Ter a certeza que ainda lá está?
- Ris-te assim tanto de manhã?
Estaca onde está, com o braço a meio gesto de pegar na sua roupa. Volta-se surpresa por ter sido apanhada.
- Acordei-te? Desculpa...
- Sabes uma coisa? – diz ainda de olhos fechados.
- Diz...
- Não gosto de ser observado enquanto durmo... – e os cantos dos seus lábios levantam-se para formar um sorriso brincalhão.
Ri-se. Vira-se para ir à casa de banho.
- Mas o beijo soube bem...
É a vez dos cantos dos seus lábios formarem um sorriso.
- Agora anda cá, que é fim de semana e eu ainda estou cá...
Sim. Ele ainda lá está.

Doce manhã. =P

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