18 junho 2013

Este senhor sabe do que fala

...e quando for grande quero escrever como ele :)


"Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? (…) Quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? 
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar.


Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência (…) A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar. É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. 


O esquecimento não tem arte (…) Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.”

O último Volume, por Miguel Esteves Cardoso 

05 junho 2013

Este vai mesmo sem titulo

Ás vezes pedimos muito uma coisa. Pedimos a quem quer que nos esteja a ouvir. A uma qualquer entidade que seja capaz de interceder por nós. A qualquer força sobrenatural que nos possa  realizar o desejo. Levantamos os braços em direcção ao céu  e pedimos. Pedimos muito para ter. Pedimos fervorosamente que aconteça. E muitas vezes não obtemos qualquer sinal. Baixamos os braços, desiludidos e pensamos que afinal ninguém nos ouviu. Ou, se alguém ouviu, achou que não éramos merecedores de tal benesse e virou as costas.

Mas ,se calhar estamos enganados. Talvez tenhamos sido ouvidos. E talvez o nosso ouvinte saiba uma coisa que nós ainda desconhecemos. Talvez saiba que aquilo que estamos a pedir não é o melhor para nós. E então fica calado. Pelo menos até ao dia em que nós finalmente percebemos o quão errados estávamos.

E nesse dia...bem, nesse dia logo se vê 

02 junho 2013

E ele tem toda a razão II

Chaos isn't a pit. Chaos is a ladder. Many who try to climb it fail and never get to try again. The fall breaks them. And some, are given a chance to climb. They refuse, they cling to the realm or the gods or love. Illusions. Only the ladder is real. The climb is all there is.

Petyr Baelish, Game  of Thrones