13 fevereiro 2011

Parabéns cogumelo =)



Não me lembro do dia em que nasceste. Podia agora inventar e dizer que tinha sido o melhor dia da minha vida, que quando te vi achei logo que eras a coisinha mais fofa que eu já tinha visto, (e aposto que eras) mas não vou fazer isso. Não me lembro mesmo. Provavelmente achei que eras melhor para brincar que os nenucos que eu tinha, e tenho quase a certeza que fiz birra quando não me deixaram pegar em ti. Devo ter ficado com ciúmes quando perdi o estatuto de menina mais pequena da familia, e devo ter ficado frustrada quando percebi que não ias participar nos meus chás de bonecas, ou embalar nenucos comigo ou decidir que roupa é que cada boneca devia vestir. Gosto de me imaginar debruçada no teu berço e a pedir para cresceres rápido que assim não tinhas graça nenhuma :P!!


Devo ter pedido tanto, tanto, tanto, que o meu desejo se tornou realidade. E para além de ter arranjado uma companhia para os chás das bonecas, arranjei uma treinadora de luta livre, uma pessoa que me ensinou a lutar por aquilo que era meu (literalmente), uma companheira de quarto. Arranjei uma irmã.


Hoje fazes 20 anos. Posso não me lembrar do dia em que nasceste, mas lembro-me das histórias que te contei, lembro-me das coisas que me ensinaste, das coisas que eu também te ensinei (só para não parecer mal, e porque eu tinha de servir para alguma coisa), das nódoas negras que fizemos juntas, das brincadeiras, dos tempos em que partilhávamos o mesmo quarto, das vezes que me fizeste sorrir. E foram tantas ao longo destes 20 anos.
E nesses dias, eu lembro-me que te achei a coisa mais fofa do mundo, e esses foram mesmo dos melhores dias da minha vida =)

Parabéns. A ti. Que vais ser para sempre a minha irmã pequenina =)

08 fevereiro 2011

compõe-te oh! C*ralho(directamente para coimbra, porto, aveiro e southampton)

Hoje à conversa no café falava dos meus estágios e das pessoas que conheci. E lembrei-me disto: escolhemos todas passar o resto da vida a ”compor os outros”. Logo nós que admitimos que tantas vezes não nos conseguimos compor a nós próprias.

Lembrei-me do P. Mais do que um paciente foi meu companheiro. Era o meu primeiro estagio e ele foi o meu primeiro doente. Não o tratei sozinha. Ele ajudou-me. Afinal aquilo não era nenhum bicho de 7 cabeças e dei por mim a deixar a cara de medo com que tinha entrado ali e a rir-me enquanto tentava com voz autoritária manda-lo repetir o exercício, “que aquilo era para o bem dele”. O P. foi o melhor primeiro paciente que poderia ter tido. Deu-me a confiança que eu precisava, deu-me a motivação que me faltava. Teve alta no meu último dia de estágio. Coincidência. Mas o trabalho dele estava feito. E o meu também.

Lembro-me também da Dona E. Difícil captar a sua atenção, quando eu estava a competir com bombeiros novos. Ganhavam os bombeiros obviamente, qual é que era a duvida xD? Sem papas na língua, todos os dias me dizia que estava ali contra a vontade. Fui eu quem lhe disse que não precisava de voltar mais. Fui eu que a vi chorar a pedir para não a mandar embora. Afinal, a vontade da senhora era diferente daquela que ela tinha defendido com unhas e dentes. Uma companhia. Um momento diferente da monotonia do seu dia.

E depois havia o Sr M. Alentejano de gema. Um raio de sol no meu dia. Sabia como me por um sorriso na cara. Um dia experimentei incluir uma bola na sessão de tratamento. Nesse dia parecia ser de novo um rapaz de 13 anos que jogava à bola com os amigos nos descampados do Alentejo. Passámos a jogar os 2 todos os dias no fim do tratamento. E ele passou a ter todos os dias um sorriso de menino =).

Sr J. O meu grande desafio. Como aliviar um sofrimento que já nenhum medicamento era capaz de aliviar? Um dia experimentei uma coisa tão simples. Almofadas a suportar o corpo que ultimamente lhe pesava tanto (apesar dos 20 kg perdidos), uma palavra de conforto, e um toque de embalo até que fechasse os olhos num sono quase profundo. Disse-me que já não descansava como naquele dia à muito tempo. Disse-lhe que então iria voltar a fazer o mesmo o resto dos dias. E fiz. Enquanto pude.

Faltam mais. Não muitos mais que a minha experiência é curta. E mesmo que por vezes os nomes se desvaneçam da memória, ficam sempre as caras. Escolhemos passar o resto da vida a compor os outros, porque descobrimos que de alguma maneira eles também acabam por nos compor a nós. De uma forma mais subtil também eles nos dizem ”Compõe-te oh! C*ralho”

07 fevereiro 2011

este não tem título porque eu não quero.


Há coisas que nunca mudam. O nervosismo do primeiro dia, os treme-tremes da praxe, os momentos de dúvida, o ‘foda-se, já me safei!’ quando o ponteiro bate a hora de sair. Continuam todos lá, mais presentes que nunca.


Mas vocês andam por lá; acreditem que vos vejo nas esquinas dos corredores em que me perco porque – enfim! – sou sempre aquele desastre desorientado. Sobretudo nos momentos em que a confiança tirou umas horas de folga, vocês aparecem e esperam-me do lado de fora para partilharmos os momentos hilariantes da minha falta de jeito.


E depois há coisas que mudam muito. A que vou notando mais por estes tempos é o sabor diferente dos cappuccinos. Nem é falta de açúcar, nem café a mais. Afinal, eram as teorias e as conversas e as galhofas descabidas que adoçavam o sacana.


Um dia voltamos todos a tomar um dos bons. Daqueles que só nós sabemos fazer. Prometam.

Daqui Coimbra envia as saudades mais arrebatadoras para Aveiro e Southampton.

01 fevereiro 2011

From the Queen’s Kingdom‏

[sim sim, eu sei, já não tenho imaginação para outro título. Mas o que é que querem, dei tanto a volta à cabeça para este que esgotei todos os meus neurónios.]

Bem, talvez estivessem à espera de um relato de acontecimentos daqui desta ilha de outra língua, visto este ser o primeiro post internacional. Mas não, talvez não vá ser nada disso. Aliás, não será mesmo!

E isto porquê!? Porque hoje aconteceu uma tal coisa que bate tudo o que poderia ter para contar.
Hoje vimos ÓVNIS!! Sim sim, gozem à vontade. Mas se vissem o que nós vimos, achavam o mesmo!
Então, estávamos nós as duas, pessoas normais e completamente geladas, a caminho de casa, quando olhámos o céu estrelado e vimos três luzes gigantes! Sim, gigantes porque do ponto de vista em que comparado com as estrelas eram umas dezenas de vezes maiores a olho nu, são gigantes! E não, não era um avião, pois os aviões levam as luzes a piscar e nunca têm aquelas luzes nem daquele tamanho nem daquela cor que nós vimos.
E então continuámos o nosso caminho para casa a interrogar-nos do que se poderia tratar, quando aparecem mais 2 luzes, um pouco mais atrás das primeiras 3. E quando começamos a questionar se serão mesmo alliens, as três primeiras começam a diminuir, e assim do nada, desaparecem. E nós: WHATAFUCK?”
Encaminhámo-nos para casa para termos a quem perguntar se este tipo de luzes era normal nos céus britânicos. E quando pomos tal hipóteses, não é que as outras duas luzes se apagam!? Enfim. Chegámos a casa ainda com esperança que fosse algo de normal por estes lados. Mas não! Nada como tal foi visto por olhos britânicos.

E então concluímos. Foram ÓVNIS. E ainda bem que não tirámos fotos porque podiam sempre tentar roubar-nos as provas da sua existência!!

Weird….
You will hear from us soon. We hope!