01 novembro 2012

next to me


Este não é o meu sítio. O lugar em que estou agora mesmo sentada não é meu. O meu corpo não encaixa nesta cadeira. É demasiado grande. Demasiado alta. Demasiado apertada. Demasiado perto do chão. Não sei…só sei que esta não é a minha cadeira.

Destoo do resto deste espaço.

O que está à minha volta não combina comigo.

Não sou igual a nada do que me rodeia.  

Podemos não saber qual o nosso lugar, mas uma coisa sabemos sempre…sabemos sempre quando não pertencemos ali.

E eu não pertenço aqui. Tu não pertences a esse sítio rodeado de água. E tu não pertences a essa cidade com gente a mais, com tanta movimentação. Nenhuma de nós as três está no lugar onde pertence.

E eu sei onde é que pertenço realmente. E tu também sabes. E tu, claro, também!

Não controlamos verdadeiramente o nosso destino. E por isso apesar de sabermos onde devíamos estar, acabamos por ter de nos deixar levar pela corrente para longe. Mas vamos sempre a olhar para trás… na esperança  que a corrente nos leve de volta. Na esperança de um dia deixarmos de nos sentir desconfortáveis numa cadeira que não é a nossa.

Este não é o sítio a que pertenço.

Mas apesar de tudo, olho para o lado e vejo-vos lá. Mesmo que não esteja no meu sitio, i will allways find you next to me.