25 março 2010

a nossa gera...#5


Pois é, sujeitos. Chamem-lhe saudades do verão, nostalgia do passado ou o que mais quiserem. Sei que por aí também estarão a suspirar.


A questão é que ‘marés vivas’ era a série que todos os anos me garantia que estávamos no verão. Mais nenhuma. Aprendi as datas de mudança de estação do ano só quando foi tirada do ar, para me desenrascar.


Continuo sem perceber muito bem o que raio teria de tão interessante além de uns tipos apelativos; a história era sempre a mesma: tipo/a estúpido/a na água, meio que se afoga, tipa/o bem jeitosa/o de fato de banho vermelho entra na água com aquelas bóias xpto para salvar o imbecil e salva-o mesmo. E salvava-se sempre com a 3ª manobra de respiração boca-a-boca, mesmo quando já estávamos todos a pensar ‘porra, agora é que o/a gajo/a morre mesmo, tu queres ver!’. E lá ele/a tossia e cuspia uns litros valentes de água e ficava tudo bem.


Impressionante também era o facto de a nossa geração ter sido brindada na sua infância e adolescência com séries bastante ruminadas do ponto de vista criativo. Contudo, tipos de fato de banho, praia e afogamentos resultava. Não sei bem porquê, ó deus, mas resultava tão bem.


[fiz o favor de vos arranjar o genérico com a pamela anderson, meninos. sou ou não sou uma pessoa decentezinha?!]

22 março 2010

E voltámos ao mesmo

No meio de tanta depressão. No meio de tantos choros, caras amuadas, olhos que mais parecem fundos de garrafas, ataques de histerismo. Temos ataques de risos. Daqueles que ninguém que não esteja aqui alguma vez compreenderá. Porque nós gerimo-nos assim. No meio de nada de bom, achamos coisas mínimas para deitar cá para fora umas valentes gargalhadas, daquelas que nos ficam nos ouvidos, mas que nem aos olhos nos chegam. Sejam elas criadas pela referência à tensão pré-mamária de uma, pelo pedido de verificação desta, pela referência a um passado hipotético nos balneários. Sejam elas devidas ao pior humor mórbido que possam imaginar. Tudo é motivo para que a nossa mesa consiga uns minutos de riso em vez das tão habituais cabisbaixas faces, dos acenos sem energia e da não presença de palavras, porque simplesmente não se sabe o que se dizer, do que se falar, quando qualquer motivo seria motivo de ‘deprimência’. E então inventamos motivos para risos. Daqueles que chateia para caraças os nossos vizinhos. Até os do prédio do lado, porque a nossa janela está sempre aberta. Inventamos motivos para que, por momentos, a alegria que esta casa era cheia volte. Por momentos.

Chegámos à conclusão que, meio ano depois, estamos as três, novamente, na fase do
‘Compõe-te, Oh! caralho’

E digo-vos eu, não é uma fase bonita para se estar.

21 março 2010

teoria #1.1 – buracos vs túneis

Há muito nos foi pedido que a teoria #1 – buracos fosse reformulada. Ou melhor, melhorada. ‘Pera, não é bem melhorada, talvez o mais correcto seja, melhor explicitada ou mesmo completada.

E o que nos foi sugerido foi a possibilidade da existência de túneis entre os buracos. Túneis que permitissem fugir quando a cobardia é demasiado elevada para nos deixarmos cair, ou quando chegamos ao fundo e nos magoamos.

E aqui fica a nossa perspectiva da coisa:
Existem sim túneis entre os buracos que são “as pessoas-especiais-com-as-quais-queremos-partilhar-mais-do-que-repenicados-beijinhos-na-cara”. Existem sim túneis que nos permitem fugir para não nos deixarmos cair, ou onde nos refugiamos quando a queda não foi tão agradável quanto sonhávamos que seria. Mas de nada estes túneis nos servem, senão para esbaterem uma qualquer dor que possa existir dentro de nós. Porque se fugimos, e se o conseguimos fazer, foi porque o buraco não nos puxava assim com tanta força, e então o túnel acaba por não ser um real túnel, mas sim um buraco no qual decidimos cair em detrimento do primeiro. Agora se caímos, e já lá no fundo, o buraco deixou de ser tão acolhedor quando o era no decorrer da queda, se se mostrou cheio de espinhos em vez de almofadas daquelas bem fofinhas, aí o túnel apenas servirá para tentar disfarçar a dor que as feridas da queda trouxeram. Mas apenas disfarçar. Porque quando olhamos para trás e vemos um rasgo daquele buraco, mesmo que coberto de espinhos, a dor volta, e a saudade dele permanece. Mesmo que o túnel seja bem mais agradável.

Conclusão: Existem, sem sombra de dúvida, os túneis. E são por vezes usados, por aqueles que não se conseguem levantar sozinhos, por aqueles a quem falta a força para lutar ou que não sabem como tal se faz. Mas sim, sabe bem entrar e percorrer estes túneis.

Conselho: Não usem os túneis. Eles são na mesma pessoas especiais. E as pessoas especiais não podem ser substituídas umas pelas outras. Se querem os túneis, transformem-nos em verdadeiros buracos, e se for isso que querem, trepem de um e atirem-se para ele. Mas não os façam de túneis. Não seria justo. Por mais fracos que sejamos, há que enfrentar as consequências das nossas escolhas, e se escolhemos largar a corda e deixar-nos ir até ao fundo, ou mesmo só até meio caminho, e se no final partimos alguns ossos na queda, há que consertá-los com a ajuda dos muros das nossas vidas, e não com a ajuda de túneis que possamos formar ou mesmo descobrir! [leiam-se muros como sendo as pessoas-especiais-que-nos-apoiam-não-importa-o-que-aconteça, ou seja, amigos].


Resposta à adagio (como o iogurte): Quando descobrimos algo de novo na nossa personalidade, nem tentamos mudar nem tentamos ficar iguais. Continuamos a viver e aprendemos com essa nova descoberta. Haverá sempre algumas a aparecerem. Não é preciso mudar. Apenas o é se o que descobrires não for aquilo que queres ser.

Com o apoio e consentimento de: [KIA]

20 março 2010

19 de Março de 2010


Querias ter uma menina desde que o primeiro pensamento de ser pai te passou pela cabeça.
Quando me soubeste ser, desejaste que fosse menina. Com tanta força, que ainda hoje damos todos muitas gargalhadas com as histórias desses tempos.

E apesar de nunca teres sido um pai particularmente presente, quando mais precisei de ti deste-me a mão com muita força. Apoiaste-me, quiseste compreender e não desististe de mim, quando a mãe já o fizera, e eu em vez de palavras já só me exprimia com lágrimas.

Tenho saudades de quando brincavas connosco, de quando te chateávamos para nos leres as histórias, à noite...

Por favor, nunca te esqueças que te amamos muito. Apesar de tudo.
Beijinho, pai.

Pedaços de coisas II

e tenho de te explicar novamente. tudo.
porque te esqueces ou porque não percebes?
e sinto-me como se fosse feita de vidro.
só vês através de mim. e nem sequer posso pôr uma tónica romântica nisto. porque não é bonito. é uma coisa horrível.

e às vezes, só me apetece deixar-te ir.
para podermos ser os dois felizes.
tu deixarias de ter de me compreender e eu deixaria de ser vidro.

14 março 2010

pensamentos em remoinho VIII

Pegou nas chaves de casa e foi dar uma volta. O habitual, no meio do seu caos pessoal.
Procurava esquecer. Vencer-se pelo cansaço. Acima de tudo não pensar.
Aproximou-se da ria e quando atravessava a ponte viu-o. Trazia uma mala na mão. E no meio do seu caos pessoal conseguia perceber que estava tão confuso como ela. E no meio daquilo tudo, teve uma vontade estranha de se aproximar dele. E de perceber o que se passava com ele. Porque com ela nada estava bem e, de certa maneira, percebia o que era o seu desespero. Imaginou mil cenários num rasgo de segundos. Das inúmeras possibilidades que o faziam balançar a pasta na mão, ao pé da ria. Distraído. Teve uma vontade estranha de se aproximar dele. De que de uma maneira, também ela estranha, ele estivesse destinado a fazer parte da sua vida. Estranhamenete e ridiculamente. Como sempre eram as suas histórias, os pequenos dramas imaginados, que escrevia num qualquer espaço da sua mente, à falta de papel. Desde pequenina.
Mas não o fez e, estranhamente, por cada passo que dava na direcção oposta, crescia uma dor no peito, que não sabia explicar. O pensamento que ele pertencia num qualquer espaço da sua linha de vida tinha-se transformado em certeza, entranhara-se em si. E desesperadamente, naquele momento somou mais uma tristeza, que lhe pesou no peito e tornou o caminho para casa ainda mais negro.

quero isto...

Gostava de ser um biólogo que anda feliz por simplesmente estar rodeado pela natureza, a estudar 90% de coisas que não interessam ao resto do mundo...

11 março 2010

Honra

Honra.
Ter um propósito. Um objectivo. Ter as ideias tão delineadas que se sabe o que seguir, quem seguir, e que fazer para o fazer.
Não andar perdido no mundo, rodeado de desejos inalcançáveis, sonhando paraísos inexistentes. Estar neste mundo e ter pelo que lutar. Pelo que morrer. Ter uma causa para acordar de manhã. Ter uma perfeição a alcançar. E chegar. Isso ser o suficiente para a alma estar preenchida. Não serem necessárias distracções. Não serem nem precisas nem sequer desejadas. Porque o que se tem chega. É suficiente. Porque aquela perfeição que se quer alcançar é suficiente. Porque a honra de tal se conseguir é a perfeição a que se aspira desde a primeira inspiração neste mundo.
Imaginar que existiam pessoas assim. Não corrompidas pela insanidade que invade agora os seres que pisam esta terra. Figuras que inspiram, não só medo e devoção, mas acima de tudo respeito. Porque tinham ideais que seguiam, e não se deixavam rebaixar por meros receios. Porque não desviavam os olhos porque era difícil olhar. Nem tremiam apenas porque o medo era mais forte que a força. Não. A força era a que se sobreponha. Sempre e em qualquer situação. Porque quando se acredita, acreditar verdadeiramente, com todo o espírito, alma, corpo, coração, mente, e com qualquer outra entidade que de nós faz parte, não há nada que nos faça vergar perante obstáculos. Nada nos fará retroceder no caminho para chegar à meta que tanto se procura. Nada.
E é disto que eu precisava. E é isto que me faz acreditar que não pertenço aqui. Porque nesta era não há lugar para a honra. Não há lugar para a perfeição. Nem vontade existe que ela apareça. Porque as distracções são demasiadas. Porque a preguiça habita entre nós. Porque a matéria de que essas figuras honradas eram feitas perdeu-se ao longo dos tempos, foi-se dissolvendo entre as gerações, não chegando a suficiente a nós.
Mas se eu tivesse a coragem, a vontade, a capacidade. Se vivesse no tempo certo, na altura certa. Se tivesse sido feita com a matéria certa. Se tudo se conjugasse. Eu trocava as noites passadas ao som da música e as horas de nada por uma vida curta, mas preenchida de honra, vontade e confiança naquilo que acredito. E mostraria ao mundo que a perfeição não é algo inatingível. Mas sim algo que se tem que trabalhar para alcançar. E que a honra foi, é, e continuará a ser a maior das qualidades que o ser humano pode mostrar. Não arrogância nem ganância. Honra. Honra no que somos, honra no que fomos, do que fizemos, honra no que conseguimos e naquilo pelo que lutamos conseguir para nós agora, e para o nós de amanhã. Honra no que acreditamos. E não vergonha por acreditarmos!


[Se me tivessem perguntado o que queria ser quando para este mundo vim, diria que queria ser alguém honrado. Alguém que não tinha medo de morrer pelo que acreditava. Alguém que se destacava dos outros pela sua força, pela sua inteligência. Se pudesse, teria escolhido ser um soldado. Viver numa guerra. Não as actuais, porque dessas a honra foge. As verdadeiras guerras, onde se luta pelo que se acredita, e se necessário, se morre por isso também. Mas sempre com um objectivo: mostrar algo, provar, e mudar as mentalidades erradas que pudessem existir.]

Utopias de alguém que (não) vive neste mundo.
[16.Fevereiro.2010]

09 março 2010

25.Fevereiro - Relatório II

2º Jantar das Mulheres 2009/2010





Como seria de esperar, foi um jantar inesquecível. Confissões, gargalhadas!
Até direito a Hugh Hefner tivemos. Com robe azul, bem fofo que ele(a) estava.

Esperam-se bem mais destes encontros. Não que sejamos feministas. Nem que gostemos de confusões [porque apenas mulheres juntas, é nisso que dá, como se sabe]. Apenas porque gostamos de nós. E para fazer a festa, ninguém, mais que nós, percebe da realização de frases mais sem sentido que possam existir no mundo lúcido [que não é no que entramos quando nos juntamos nestas noites]. Aqui ficam 2 das melhores frases que ficaram gravadas na memória [pelo menos na do telemóvel, que eu escrevias logo a seguir]:

  • "Este copo está roto. Eu agarro-o direito e ele continua a verter" - dRiMna.
  • "Oh meti o dedo dentro daquilo" - referiu 'Adagio', muito divertida, quando deu pelo seu mindinho enfiado dentro daquele copo pequenino, com substância de coloração estranha lá dentro.

over and out

[para a semana, sem dúvida, outro relatório aparecerá]

03 março 2010

Pedaços de coisas

Ele disse:

"Nunca terás um 'amo-te tanto' escrito no céu, mas poderás senti-lo sempre que olhares para mim..."

01 março 2010

a nossa gera...#4

Ora, ide colocar o vídeo em andamento, que eu aguardo. De qualquer modo, quero ver a vossa cara quando virem a nostalgia ser personificada.



E não adianta fingirem que nem sequer sabem trautear isto; é mentira. Não sei se, algures, o deus da lambada – que o há, acreditem! – vos perdoará. Bonito de ver que isto nos reporta a 1989 e suponho que constitui uma das mais antigas recordações musicais de muitos bebés de então.


Nunca fiz a mais pequena ideia do que falava a música; sabia apenas que a melodia era mais viciante do que acordar cedo para ver o genérico das bolinhas da sic ou colar pegamonstros aos vidros das janelas. Hoje, já (quase) pessoa, admito que a letra era um tudo-nada deprimente demais para a melodia; ainda assim, há a exaltar o facto de ser o grandessíssimo patife que ‘chorando estará’ porque a tipa já ultrapassou a situação toda, claramente. E gosto de imaginá-lo ainda assim, corroído em lágrimas, 21 anos depois. [chamem-me feminista, andem lá.]


Nunca soube dançar lambada. Tenho realmente pena. Contudo, parece-me que tomei a melhor opção. Acho que é dança capaz de ser responsável por algum baby boom tardio.


[A TODAS AS JOVENS, A LAMBADA SUPRIME O EFEITO DE QUALQUER MEDICAMENTO ANTICONCEPCIONAL. ACONSELHA-SE ALGUM CUIDADO E PRECAUÇÃO.]