23 novembro 2013

Conheci-te quando ainda nem sabia o que era conhecer alguém


Vou ser sincera. Não me lembro da primeira vez que te vi. Não tenho a mínima ideia. Mas sei, que me habituei tanto a ter-te por perto, que parece que estiveste lá desde sempre. E pensando bem, isso nem anda muito longe da verdade.

Sei que estavas lá nas férias, quando trocava o frio das terras dos Alpes pelo calorzinho do nosso Portugal. Sei que estavas lá quando aprendi (à força...literalmente) a desenhar os "R's". Sei que estavas lá para partilhar o teu lanche da manhã (principalmente quando não gostavas dele). Sei que estavas lá em todas as mudanças, em todos os momentos que crescemos mais um bocadinho e em todos os momentos em que regredimos no tempo e voltámos a ser crianças.

Juntas fizemos acrobacias dignas de circo, naqueles ferrinhos do ciclo (e de pessoas que não sabiam a mínima ideia de qual o verdadeiro significado das palavras "traumatismo" e "craniano"). Juntas entrámos no mundo assustador do Liceu. Juntas gastámos fortunas em gomas e em revistas teen. E toda agente sabe que isto é um marco na vida de uma rapariga. Nunca nos esquecemos da pessoa ao lado de quem suspirámos pelo lindo cabelo do Simão dos morangos com açúcar, ou por um dos elementos dos backstreet boys. 

Fomos mais que amigas. Fomos companheiras. Fomos a âncora uma da outra. Continuamos a ser.

Não há muita gente com a mesma sorte que eu. A de conseguir manter alguém como tu tanto tempo ao meu lado. A sorte de ter a certeza que contigo posso contar sempre. E a de poder comprovar isso vezes e vezes sem conta.

Ao longo dos anos tivemos de fazer muitas escolhas. Mas existiu sempre uma que foi constante e bilateral. A de nunca nos afastarmos. E vai continuar a ser assim. Porque ninguém se separa da amiga dos lanches, das gomas, das revistas teen, e da vida :) 

21 novembro 2013

Hoje a festa não é minha

No dia em que fiz 10 anos achei que tinha atingido um marco importante. Ia passar aos 2 dígitos. Estava a ficar crescida. Comecei a imaginar como seria ter 15 anos. Comecei a pensar que talvez nessa idade me pudesse vestir como quisesse, pintar as unhas, quem sabe talvez usar saltos altos. Cheguei aos 15 com as unhas pintadas, mas sem saltos altos. E comecei a imaginar como seria ter 18 anos. Era atingir a independência, poder fazer o que quisesse, sem dar satisfações a ninguém (era uma ingénua, portanto aos 15 anos). E cheguei aos 18. Continuei a dar satisfações da minha vida, e não fiquei independente de ninguém. Mas, a partir desta idade aconteceu realmente algo de diferente. Deixei de sonhar com os anos que viriam. Aos 18 não pensei nos 19. Aos 19, não imaginei os 20. Em vez disso passei a vivê-los mais intensamente, de maneira a que quando chegasse a altura de partir para mais um patamar, fosse capaz de olhar para trás e dizer, que foi um bom ano. Um ano em aprendi, que dei, que tentei ser, que fui, que fiz, que desfiz, que refiz, que acordei, que adormeci, que sonhei de olhos abertos, que fechei os olhos ao que não queria, que vi o que sempre quis ver.

E cheguei aqui. Aos 24. E olhando para trás estou satisfeita. Mudava algumas coisas, sim. Muitas até. Mas, não mudava as pessoas que me acompanharam até aqui. Alguns desde o meu 1º dia de vida, outras desde o meu 1º mês, outras há uma dúzia de anos. Outras há 7 anos que foram tão intensos que poderiam ser multiplicados por 3 ou por quatro. Uma antiga, que se tornou especial, que mudou a maneira como a via (e que depois a voltou a mudar outra vez), mas, que no meio de tanta volta, conseguiu manter-se lá, como amiga. Outra muito recente, mas cimentada :)

E há ainda as duas pessoas que sonharam comigo, ainda mesmo antes de eu existir. Que esperaram, e continuam a esperar por mim, de uma forma mais entusiasmada do que quaisquer outras pessoas. Que sei que vão estar sempre, sempre lá. Porque sempre estiveram. Desde o principio.

E uma especial que eu vi nascer. Que vi ainda com olhos de gente pequena, mas a quem prometi estar sempre lá. E se há alguma coisa que me arrependo neste último ano foi de ter quebrado a promessa. Estava tão empenhada em mim, em fazer com que o meu ano contasse, que acho que não estive à altura dela.


Aos 24 anos mudo isso. Aos 24 vou fazer melhor. Desde que prometas que me deixas tentar :)!!
Aos 24, vou manter-vos a todos bem pertinho. Desde também prometam que não me deixam fugir.

Um brinde. A ti cogumelo. E a vocês.