30 março 2013

A caminho...

Percorremos o mesmo caminho mais do que uma vez. Temos medo de uma nova escolha. De errarmos na direcção. E por isso mantemo-nos naquela estrada que já nos é tão familiar. E por isso quando pensamos em mudar, inicialmente a única coisa que fazemos é voltar atrás e recomeçar.

Mas, quando olhamos para o chão e vemos a estrada marcada por dezenas de passadas, gasta pelo uso, quando tropeçamos nos buracos que os nossos próprios pés já fizeram, percebemos que temos de voltar a começar de novo. 

Mas, desta vez tem de ser a serio. Tem de ser mais do que só um recomeço. Tem de ser um início.

A escolha é difícil sim. Um início é muito mais duro que um recomeço. Mas ajuda saber (ou pelo menos acreditar) que “chegamos sempre ao sítio aonde nos esperam”(José Saramago)


29 março 2013

06 março 2013

Confusion...


Ela chega perto dele, em lágrimas, e pede-lhe perdão. Diz que o ama e que não sabe como viver sem ele na vida dela. Por isso age de forma tão imatura, tão adolescente. Porque não sabe quem é sem ele. Ele não quer, mas abraça-a, porque ela é dele, porque ele nunca deixou de ser dela. Naquele abraço, tudo à volta deixa de existir. Tudo o que foi dito a terceiras pessoas, tudo o que foi sentido e imaginado. Tudo. Desaparece naquele abraço.
As mãos dele redescobrem o corpo que há tanto tempo não sentiam. As mãos dela, tímidas e trémulas, acariciam o rosto que não via há demasiado tempo.
Envolvem-se num misto de saudade e amor. Numa mistura de carinho e remorso. Ele entra nela com um tal carinho que a deixa de lágrimas nos olhos e um sorriso nos lábios. Movem-se como se de um só corpo se tratassem. Esquecem o que foi e o que poderá vir a ser. Esquecem passado e futuro. E por instantes, abandonam o presente em que vivem. É palpável o sentimento que existe em cada movimento, em cada carícia, em cada palavra sussurrada ao ouvido. É palpável e audível o amor que deles nunca desapareceu. E no final, o grito foi uníssono, corpos movendo-se num movimento tão suave, que acompanha o gemido final que celebra o amor que há tanto não partilhavam.
Nus, ela adormeceu aninhada no peito dele, com os braços dele a rodearem-lhe o corpo. Como que pedindo para ela não se ir embora. Como dizendo a quem os visse que ela era dele e dali ele não a ia deixar sair.
Manhã, ele acorda e vê-se sozinho na cama. Teria sonhado? Não. Ela estava ali, sentada na ponta da cama. Vestida. A olhar para ele. Ele sentiu que algo não estava bem. Ele viu-a a aproximar-se dele com um sorriso tímido nos lábios. Um sorriso tímido e triste. Sentiu os lábios dela pegarem nos seus num beijo tão carinhoso que até fez doer. Sentiu os lábios dela se encostarem à sua testa ao de leve. E ouviu o que desejou ser surdo para não escutar. “Adeus”.

03 março 2013

Mudança (Em inglês. Porque isto é sempre a mesma m**** em qualquer parte do mundo)

It all starts with you thinking that you’re not good with changes. And then your whole world has transformed.

You're stuck. The future's staring you in the face. And you're not sure you like what you see. You realize the ground beneath you has shifted, that things are uncertain. The world around you is different now. Unrecognizable. And there's nothing you can do about it. But the body can be stubborn when it comes to accepting change. The mind holds out hope that the body can be whole again and fights for  that hope, tooth and nail. And then, finally, your head realizes it. There's no turning back. It understands its new reality and accepts that what is gone is gone forever.

Sometimes the changes are forced on us, sometimes they happen by accident, and we make the most of them. We have to constantly come up with new ways to fix ourselves. We have to keep reinventing ourselves almost every minute because the world can change in an instant, and there's no time for looking back.


So we change, we adapt, we create new versions of ourselves.

But like I said, I'm not big into change.