01 novembro 2012

next to me


Este não é o meu sítio. O lugar em que estou agora mesmo sentada não é meu. O meu corpo não encaixa nesta cadeira. É demasiado grande. Demasiado alta. Demasiado apertada. Demasiado perto do chão. Não sei…só sei que esta não é a minha cadeira.

Destoo do resto deste espaço.

O que está à minha volta não combina comigo.

Não sou igual a nada do que me rodeia.  

Podemos não saber qual o nosso lugar, mas uma coisa sabemos sempre…sabemos sempre quando não pertencemos ali.

E eu não pertenço aqui. Tu não pertences a esse sítio rodeado de água. E tu não pertences a essa cidade com gente a mais, com tanta movimentação. Nenhuma de nós as três está no lugar onde pertence.

E eu sei onde é que pertenço realmente. E tu também sabes. E tu, claro, também!

Não controlamos verdadeiramente o nosso destino. E por isso apesar de sabermos onde devíamos estar, acabamos por ter de nos deixar levar pela corrente para longe. Mas vamos sempre a olhar para trás… na esperança  que a corrente nos leve de volta. Na esperança de um dia deixarmos de nos sentir desconfortáveis numa cadeira que não é a nossa.

Este não é o sítio a que pertenço.

Mas apesar de tudo, olho para o lado e vejo-vos lá. Mesmo que não esteja no meu sitio, i will allways find you next to me. 

31 outubro 2012

eu carrio, tu carris.

vou ser-vos muito sincera, chegou o momento disso.



cada vez que ouço esta música no autocarro, imagino uma flash mob no interior com toda a gente a dançar nos varões, o sinal do stop a piscar tremeluzente e o motorista com uma cabeleira afro.

ai, mãezinha, o que vai ser da tua filha?...

21 setembro 2012

Apenas uma opinião!

Eu, pessoa muito pouco culta em termos de política(s) e políticos, decidi finalmente pôr-me a par do que tanto anda a exaltar os ânimos portugueses, e pus-me então (à certa de 3/4 dias, quantidade de dias inédita para a minha pessoa) a ler notícias na minha hora do almoço (almoço muito animado portanto, como devem imaginar).
E a que conclusão chego? É só de mim, ou todos aqueles senhores parecem u
ma cambada de adolescentes histéricas, daquelas que se vêm nos filmes americanos nas repúblicas universitárias? Aquele parlamento parece um aglomerado de mulheres, com aquele que diz mal do outro, com o outro que não concorda com o que aquele disse mas só comenta pelas costas, são os outros que batem o pé porque não vão concordar nunca com nada do que aquele diz porque ele não é nosso amigo. Meus amigos, é de mim, pessoa muito pouco conhecedora de TSUs e coligações PSD-CDS e outros termos pomposos que até hoje não me dava ao trabalho de conhecer, ou vocês recebem o suficientemente bem para pararem com essas discussões infantis e arregaçarem as mangas desses fatos tão pouco jeitosos e começarem a chegar a um acordo sobre como pôr este país a andar para a frente, em vez de cada vez mais o transformarem em algo a que todos tentam fugir!?
Não sei se é só de mim, mas nós já fomos um Grande Império! É nisto que nos querem transformar agora!?

14 agosto 2012

a nossa gera...#7


Hoje proponho-vos a viagem em torno de um bichinho icónico autocolante e a forma como procedeu à mais maravilhosa lavagem cerebral da audiência televisiva.

O que vos trago hoje à memória é, claro está, o DOT.


Este simples bocado de cartão com um buraco no meio que se ganhava através de revistas ou em bombas de gasolina, surgiu, aparentemente órfão com pedidos lacrimejantes de adopção a que a sensibilidade portuguesa não foi capaz de resistir.
Depois, como qualquer garoto, começa a pedir mais e mais coisas e deixa de ser engraçado. E o que queria ele? Que o colássemos no canto superior direito do nosso ecrã da televisão e o deixássemos ficar assim durante um programa inteiro da SIC. Nunca se podia mudar de canal, nem no intervalo, porque aparentemente o bicho perdia poderes e nunca mais recuperava a sua vida.
No final do programa, retirávamo-lo cuidadosamente do ecrã (que teríamos de limpar a seguir devido à baba autocolante do bichinho) e colocávamo-lo dentro de um envelopezinho para que, confortável, fizesse pelo correio a viagem até uma tômbola gigante. Aí, reunia-se com os seus familiares DOT’s também órfãos e eram sorteados para prémios espectaculares. Não me recordo, mas ao bom jeito da ressaca dos anos 90, devia ser um apartamento em Mem-Martins.

Um dia decidi colar um DOT durante o Big Show Sic, na inocência de quem ainda não percebeu que o programa era uma grandessíssima foleirice com 6 horas de duração. Fui fazer um chichizinho no intervalo – como mandava o Sr. João Baião – e quando voltei, eis senão quando me apercebo que o meu progenitor tinha mudado o canal.
Foi a minha primeira depressão. Olhei para o DOT, triste no seu canto do ecrã, já desprovido de vida; posso jurar que jorrava algo parecido com lágrimas autocolantes.
A última gota foi quando o meu pai largou um ‘Isso não faz mal. Volta-se a pôr na SIC e eles nunca sabem que se chegou a mudar de canal’. Ainda hoje está para confirmar esta teoria. O que é certo é que nunca chegámos a ter um apartamento em Mem-Martins.

19 maio 2012

young and wild and free


“Vive o presente”. Um conselho muitas vezes repetido por quem já viveu muitos anos, já perdeu e já achou, já ganhou e já voltou a perder.

“Vive o presente porque nunca se sabe o que lá vem”. Pois não. Não sabia. Não fazia ideia. Não imaginava. Se me tivessem dito mais cedo o que é que la vinha eu tinha vivido muito mais o presente. Mas agora é tarde…porque o presente de repente ficou lá atrás.

E o que é que aconteceu para de repente estar tão nostálgica? Simples. Perdi um pedaço de mim. Falta-me qualquer coisa que estrava entranhava em mim, que me tornava mais eu própria.

Disseram-me uma vez que somos a média das 5 pessoas que estão à nossa volta. O que é que eu sou agora quando essas pessoas já não estão à minha volta? Sou uma subtracção. Uma divisão. Uma equação incompleta.

Sabem o que eu queria mesmo? Queria poder viver o passado como se fosse o presente. Sabem o que realmente me apetecia hoje? Ser o que eu costumava ser. Sabem como é que eu queria estar agora? Living young and wild and free

Sinto-vos a falta pessoas.

15 maio 2012

a gerência pede desculpa...

...mas há aqui uma certa parvoíce indignação.

Desenganem-se os leigos que me tomarão por um ser violento, mas a questão é esta:
não suporto gente fútil

Não suporto gente fútil como há indivíduos que não gostam de nozes e amêndoas ou morangos e ácaros. E vocês pensam para vocês que, se calhar, - só muito se calhar! - é uma questão de serem alérgicos e que é um domínio completamente diferente daquilo a que me quero referir. Que é uma condição médica e não uma parvoíce indignação relativa à futilidade.

Mas eu estava preparada para essa refutação. E quero crer que também eu sou alérgica - desculpem, não estou a fazer-vos ver a magnitude da questão! - , sou extremamente alérgica a gente fútil.

Tão alergicazinha que inventei uma punchline como anti-histamínico:
'Não gosto de gente fútil. Porque se esses sujeitos fossem um naco de carne, eram bife da vazia.'

Eu a rir-me muito na medida em que nem desgosto assim tão visceralmente de indivíduos fúteis,
 mas queria partilhar esta punchline e, portanto, o resto do blá-blá foi apenas um pretexto.

25 abril 2012

«Se me queres perto, trata-me como se estivesse longe»


"Se me queres perto, trata-me como se estivesse longe, tão longe que não me conseguisses olhar e que fosse demasiado longe para me conseguires tocar – o quanto mais longe me souberes sentir, que de mais perto não me sentes por inteiro. Teus olhos vão ver menos se me tiveres tão perto que não me vejas os detalhes, em pormenor – que o que os olhos não vêem fica por sentir. Se me queres perto, trata-me como se estivesse longe, tão longe que te faça sentir o desejo enraizado de me quereres mais perto, tão longe que me conseguisses enterrar nos teus olhos e abraçar como se não me pudesses largar. Se me queres perto, trata-me como se estivesse longe, tão longe que nunca te sentisse sair do meu lado."

Agostinho Abadia. (FS.)


Num daqueles momentos de ócio, passeio-me pela rede social mais badalada do momento e encontro este excerto escrito pela mão de um colega de infância. Além do espanto pela beleza das palavras que daquela mão saíram, os meus olhos decidem mergulhar por momentos em águas salgadas pelo sentimento que tais palavras me fizeram sentir.

Se me queres perto, trata-me como se estivesse longe”, para que quando estiver longe me consigas tratar como se eu estivesse perto e me faças sentir-te tão perto como se os teus braços me rodeassem o corpo e os teus lábios me tocassem a pele.

Se me queres perto, trata-me como se estivesse longe”, porque o longe é o tempo deste ano e o perto apenas alguns segundos perfeitos.

31 março 2012

e voltamos ao mesmo...


Já é quase abril. E para nós isso só pode dizer uma coisa.

Mais uma vez entramos oficialmente no estado "countdown"



Qualquer dia voltamos lá só mesmo para provarmos que estamos vivas (ainda :P!!)

16 março 2012

É como tudo!



Os dias maus são como tudo. Vão e vêm. Vêm e ficam. Ficam e instalam-se. E se não soubermos bater o pé, eles fazem a cama ao lado da nossa, e não arredam pé da nossa casa. É mesmo isso. Os dias maus são como tudo. Se os quisermos dispersar, teremos de saber como pegar na vassoura e corrê-los da nossa casa para fora. Não é fácil fazê-lo sozinhos. Pegar na vassoura por vezes é-nos dificultado pela diminuição da força muscular dos músculos dos nossos membros superiores. Por vezes é dificultado pela perda de vontade de tentar. Às vezes somos apenas nós que dificultamos a nossa própria ascensão ao poder, por darmos demasiado valor, ou demasiado pouco, às repercussões que um mau dia pode ter nas imediações da nossa vida.

Sim, os maus dias são como tudo. Se os queremos fora, temos de descobrir os nossos pontos fortes, amarrá-los bem ao nosso peito, gritá-los com toda a voz, e defender o nosso território do que não queremos lá intrometido.


Resumindo, os maus dias apenas existem se nos deixarmos esquecer de todos os bons que vieram antes deles.

14 março 2012

Há dias assim…



Aquele sentimento de impotência. Aquela sensação de não saber o que fazer. Aquela vontade de querer produzir milagres, e não saber como é que estes se encomendam. A impotência contra a dor e a incapacidade de alívio.
Há dias assim… Em que a vontade de desistir prevalece ao optimismo que se traz todos os dias na mala.

E seria tão mais fácil ceder do que lutar. Às vezes…

09 março 2012

Passatempo: Foto da semana - Liadan



Ora muito bem, respondendo ao desafio da caffeine'neurotoxin, aqui estão as minhas fotos. Os momentos/lugares que me marcaram esta semana. E passo a explicar:

  • Ambas as fotos foram tiradas no mesmo momento, dia 7 de Março, pelas 7h45 am.
  • A primeira representa o nascer do sol, e lá naquela pontinha do cais, tinha estado eu, minutos antes, a alongar o corpo, depois de 25 minutinhos de corrida;
  • A segunda foto era a vista que tinha, se virada para a foto de cima, olhasse para a minha direita (se é que me fiz entender).
E pronto, acho que mereço o kinder porque, por mais que procurem, não têm destas vistas aí pelo continente. E que por mais que digam que sim, ninguém apreciou o narcer do sol da forma como eu o fiz neste dia!

06 março 2012

Mas que raio...!?


Já tinha ouvido falar destas novas engenhocas... Mas a sério, quem é que raio quer andar com um telefone pendurado no bolso? O objectivo dos telemóveis não é não andarmos com fios atrás, serem práticos e portáteis!?

Enfim, vai-se lá perceber a mente destes inventores! 
Gente que não sabe o que quer, ou o que há-de criar de novo...

01 março 2012

Fuck off age!!



À pouco mais de um ano era capaz de dormir 5 horas. Por vezes menos. Outras vezes mesmo nada. Não dormia simplesmente. Era uma perda de tempo fazer tal coisa, com tantas outras melhores para fazer.

À pouco mais de um ano tinha a vida bem mais atarefada. Mais atarefada e dormia menos. Muito menos. Às vezes mesmo nada.

Presentemente, sou capaz de dormir 7 horas e acordar como se ainda nem pela cama tivesse passado desde o dia anterior. 7 horas, e é como se de nada se tratasse.

Presentemente, a vida parece ser bem mais calma, apesar de mais complexa, e durmo 7 horas. 7 horas, que parecem nada.

À pouco mais de um ano tinha muito com que me preocupar. No meio de aulas, frequências, trabalhos, noites, festas, jantares, convívio, amigos, casa e tantas outras coisas, a preocupação residia no tempo disponível para não dormir e aquele que restava para fechar os olhos. À pouco mais de um ano a vida era bem mais atarefada. Mais atarefada na medida em que não se fazia nada de jeito, mas havia sempre algo para fazer. Vendo bem, a vida à pouco mais de um ano era bem mais atarefada por ser tão cheia de uma vida tão despreocupada como só aquela.

Presentemente, há todo um mundo de cenas sem vida com que se preocupar. Entre trabalhos, casa, refeições, fins-de-semana e exercício físico, nada grita tanto por vida como gritavam aqueles seres que viveram juntos à pouco mais de um ano. Sim, presentemente a vida é calma, mas bem mais complexa do que qualquer despreocupação poderia ser.

E a questão, depois de tanto desejar a irresponsabilidade de tempos que não voltam, é a seguinte: é a isto que chama de crescer?

E mais, mas que raio de ideia é não conseguir aguentar de pé com olhos bem abertos depois de 7 horas na sorna quando à pouco mais de um ano 5 horas de olhos fechados era o suficiente, e às vezes até de mais?

É isto que significa ter 23 anos!?
Não quero!!

28 fevereiro 2012

Dilema cabeludo


Hoje acordei e fartei-me do meu cabelo. Pura e simplesmente, fartei-me. Quero cortá-lo!!
E agora, coragem, onde andas!?

Sugestões?

24 fevereiro 2012

Oh São Pedro, atão??


Que tempo de caca. Chove, chove e volta a chover. Faz vento, vendavais e tempestades. Faz tudo aquilo que não se queria que houvesse. Não que eu adore assim tanto o sol, ora essa! Mas, querendo uma pessoa fazer exercício ao ar livre, com este tempo é complicadito. Já tentaram  correr contra o vento!? Pois, é como estar parado, literalmente, mas acrescenta-se a este estado uma dor de pernas terrível como se os músculos gritassem para te mexeres. Mas tu não consegues! Lá está, é complicadito como eu dizia à pouco. E mais, com este tempo só apetece é sofá, mantas, chocolates, bolachas e mais coisas que nos atiram na direcção oposto ao exercício.
E eu pergunto: Porquê? Ou melhor, para quê? Se o mundo todo se revolta com este tempo e todos pedem uns raiozinhos de sol, porque raio é que o São Pedro não ouve as preces dos demais e deita abaixo este tempinho de caca e boca aí o sol no céu!? 
E eu só pedia isto para poder ir correr... Será pedir demais?

22 fevereiro 2012

significados.

ainda dói. às vezes muito.

19 janeiro 2012

Vida Trabalhador vs Vida Estudante


"A vida é uma seca..."

(E hoje até é 5ª feira...)

05 janeiro 2012

Assim não...

“Assim não”. Disse estas duas palavrinhas agora mesmo. E lembrei-me. A seguir ao assim não vem sempre um “claro que não!” Mas a seguir a este “assim não”vieram memórias. Nossas. Veio um banco da praça que alguém um dia não queria largar. Um outro banco que um dia serviu de palco para uma sessão fotográfica de 3 raparigas e duas garrafas. Esse mesmo banco um ano depois. Já éramos 5. Já éramos todas =)

Uma “bordolete” que se perdeu…uma parede que se escalou vezes incontáveis. Tocámos o tecto, mudámos a perspectiva do tempo. Caímos e levantámo-nos a mesma quantidade de vezes!

Fizemos coisas proibidas. Voltámos a faze-las. Dançamos. Muito! Até ser de manha! ‘cause nirvana means take your ‘shirt off and We’re so hot and cold, we’re yes and no, in and out. and we gon' rock this club, We gon' go all night, We gon' light it up, seja loira ou morena ;)

Deitámo-nos no meio da estrada. Vimos semáforos a mudar de cor. Vimos constelações de estrelas. Dormimos 1 hora. Dormimos manhas inteiras. Tomámos pequenos-almoços antes de nos deitarmos. Almoçámos às 5h da tarde.

Chorámos. Agora que me lembro…já chorámos tantas vezes! Mas sorrimos muitas mais. Dissemos “eu nunca”. Mas nunca deixámos nada por fazer xD!

Fomos uma família. Daquelas que ficam a ver filmes enroladas numa manta num qualquer divã. Dormimos 3 na mesma cama. Dormimos no chão. Ou simplesmente…não dormimos!

Assim não! Quero mais.


(Escrevi este texto há algum tempo. não me lembro se o tinha chegado a publicar ou não. Mas também não interessa. Porque há coisas que merecem ser repetidas. E dizer que sinto mesmo a vossa falta é uma dessas coisas*)