Sentaram-se no 3 degrau e esperaram que ficasse escuro, podia ser que a escuridão apagasse aquele momento da memória, escondesse o erro que estavam a cometer e a vergonha que sentiam. E então deram-se a conhecer pela última vez, contaram todos os pormenores, falaram de sonhos, projectos, medos e esperanças. Cada um esperou que o outro dissesse que tudo ia correr bem, mas foram incapazes de o pronunciar.
Passava pouco das 6 quando os primeiros raios da manhã entraram pela porta e o levaram com eles.
Não se despediram.
Agora os holofotes estavam focados neles e a vergonha já não podia ser disfarçada, o erro estava à vista de todos e era assim que ia continuar se saíssem juntos pela porta. Ele estendeu-lhe a mão mas ela deixou-o sair sozinho.
Aquele seria o último erro.
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