09 fevereiro 2010

Pensamentos em remoinho III


Já algum dia se encontraram num ponto de ruptura?

Daqueles que sabemos que nos vão engolir...por certo. Querer, desejar, não o fazer. Por mais palmadas que nos dêem nas costas, por mais pontos de vista positivos que nos apontem, só conseguimos ver aquele mesmo ponto negro parado, ameaçando-nos no nosso futuro imediato.

Nós não nos entregamos às desilusões de ânimo leve. Não é algo que queiramos fazer... Nunca queremos acreditar quando as coisas más nos acontecem: quando nos traem a confiança, quando alguém parte e todas as outras formas que há na vida para nos fazer sofrer.

Não percebo porque muitos contemplam o desânimo e a frustação como o querer de alguém. A esses só digo que experimentem ter uma bola de neve de maus acontecimentos e depois digam-me se foi sempre possível manter o pensamento positivo. Se não choraram, se não se entregaram à dor, se não quiseram sentir naquele momento apenas pena de eles próprios para deixar que a dor fluisse e de alguma forma desaparecesse.

Somos humanos. O natural é que nos comportemos como tal... não pretendo ser apenas um invólucro de sorrisos e pensamentos "carpe diem".
Tenho os meus dias maus...os dias de merda, que só apetece ficar enrolada nos lençóis, evitar falar seja do que for, seja com quem for. Esquecer-me que tenho responsabilidades. Sentir que aquele é o meu tempo para me curar das coisas más.
Oh, como odeio esses dias. Como odeio o que se aproxima.

1 comentário:

morgaine disse...

É sempre fácil dizer que a frustração e o desânimo dos outros é devido ao querer deles. Que apenas não se levantam e sorriem porque não querem. É sempre fácil dizer isso quando nos referimos aos outros. Àqueles que não são nós. É fácil. É fácil porque não é a nós que dói. É fácil porque assim pensamos que nós conseguiriamos fazer o que os outros não conseguem.

Mas até mesmo essas pessoas já tiveram uma, duas, ou mesmo três bolas de neve de maus acontecimentos. Apenas é mais fácil fazer que somos fortes e que não, nunca chorámos, nunca sentimos pena de nós. Simplesmente mais fácil.

Também odeio os dias em que chego ao final e só penso que nem me devia ter levantado, que devia ter permanecido debaixo dos lençóis e perder-me por lá durante todo aquele dia que não devia ter acontecido.

Mas passam. Esses dias passm. Acho que sim. Acredito que sim. Quero acreditar que sim. Que os sorrisos voltam!...