"Se me queres perto, trata-me como se estivesse longe, tão longe que não me conseguisses olhar e que fosse demasiado longe para me conseguires tocar – o quanto mais longe me souberes sentir, que de mais perto não me sentes por inteiro. Teus olhos vão ver menos se me tiveres tão perto que não me vejas os detalhes, em pormenor – que o que os olhos não vêem fica por sentir. Se me queres perto, trata-me como se estivesse longe, tão longe que te faça sentir o desejo enraizado de me quereres mais perto, tão longe que me conseguisses enterrar nos teus olhos e abraçar como se não me pudesses largar. Se me queres perto, trata-me como se estivesse longe, tão longe que nunca te sentisse sair do meu lado."
Agostinho Abadia. (FS.)
Num daqueles momentos de ócio, passeio-me pela
rede social mais badalada do momento e encontro este excerto escrito pela mão
de um colega de infância. Além do espanto pela beleza das palavras que daquela
mão saíram, os meus olhos decidem mergulhar por momentos em águas salgadas pelo
sentimento que tais palavras me fizeram sentir.
“Se me queres perto, trata-me como se estivesse
longe”, para que quando estiver longe me consigas tratar como se eu
estivesse perto e me faças sentir-te tão perto como se os teus braços
me rodeassem o corpo e os teus lábios me tocassem a pele.
“Se me queres perto, trata-me como se estivesse
longe”, porque o longe é o tempo deste ano e o perto apenas alguns segundos
perfeitos.
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