E para ti, faltam-me as palavras. Nunca precisámos verdadeiramente de palavras. Sempre nos entendemos melhor sem elas. É por isto que eu não gosto de palavras. São tão pequeninas. Não cabe lá tudo. E tu, sempre percebeste isso. E é por isso que me custa tanto escrever-te alguma coisa. Porque nunca vai ter metade do significado que eu queria que tivesse. Hoje ia para sair de casa, e adivinha? Não sabia onde tinha as chaves. Nunca sei! Virei-me para a porta e abri a boca. Ia-te perguntar onde é que eu tinha deixado as chaves. Tu eras aquela que sabias sempre onde estavam as coisas na minha vida. Adivinhavas sempre o que eu precisava, do que eu andava à procura (e não, não me estou a referir só às chaves). E eras tu que com um sorriso e um olhar que dizia “se não fosse eu…” (ves...nunca precisámos de palavras mesmo) me apontavas na direcção certa. Se não fosses tu…se não fosses tu eu não era a pessoa que sou hoje.
Hoje não me ias responder, se te perguntasse onde tinha deixado as minhas chaves. Não estavas aqui. Mas, tive a ligeira impressão que se te ligasse ias saber onde é que elas estavam. Porque tu conheces-me de cor. Conheces todos os cantos da minha vida.
Quando voltares, não vou precisar de te dizer nada pois não? Vai estar escrito na minha cara.
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