23 novembro 2013

Conheci-te quando ainda nem sabia o que era conhecer alguém


Vou ser sincera. Não me lembro da primeira vez que te vi. Não tenho a mínima ideia. Mas sei, que me habituei tanto a ter-te por perto, que parece que estiveste lá desde sempre. E pensando bem, isso nem anda muito longe da verdade.

Sei que estavas lá nas férias, quando trocava o frio das terras dos Alpes pelo calorzinho do nosso Portugal. Sei que estavas lá quando aprendi (à força...literalmente) a desenhar os "R's". Sei que estavas lá para partilhar o teu lanche da manhã (principalmente quando não gostavas dele). Sei que estavas lá em todas as mudanças, em todos os momentos que crescemos mais um bocadinho e em todos os momentos em que regredimos no tempo e voltámos a ser crianças.

Juntas fizemos acrobacias dignas de circo, naqueles ferrinhos do ciclo (e de pessoas que não sabiam a mínima ideia de qual o verdadeiro significado das palavras "traumatismo" e "craniano"). Juntas entrámos no mundo assustador do Liceu. Juntas gastámos fortunas em gomas e em revistas teen. E toda agente sabe que isto é um marco na vida de uma rapariga. Nunca nos esquecemos da pessoa ao lado de quem suspirámos pelo lindo cabelo do Simão dos morangos com açúcar, ou por um dos elementos dos backstreet boys. 

Fomos mais que amigas. Fomos companheiras. Fomos a âncora uma da outra. Continuamos a ser.

Não há muita gente com a mesma sorte que eu. A de conseguir manter alguém como tu tanto tempo ao meu lado. A sorte de ter a certeza que contigo posso contar sempre. E a de poder comprovar isso vezes e vezes sem conta.

Ao longo dos anos tivemos de fazer muitas escolhas. Mas existiu sempre uma que foi constante e bilateral. A de nunca nos afastarmos. E vai continuar a ser assim. Porque ninguém se separa da amiga dos lanches, das gomas, das revistas teen, e da vida :) 

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