14 maio 2013

Reconhecimento

Numa altura (que já se vem arrastando há muito) de esforços contínuos (equiparáveis a esforços dos semi-deuses) sobre tudo (amigos, família, trabalho), sobre mim, de já não acreditar em encaixar naquilo que gosto, há que parar e ver o reconhecimento dos outros naquilo que fazemos.

Mas ontem tive vários exemplos de que não.
Modelas-te para seres uma boa pessoa (mais do que boa, uma pessoa atenta) aos outros, para não cultivares em ti sentimentos maus (por que te corroem e não levam a lado nenhum), para não te vingares nas pessoas que te magoam (dás sempre oportunidade e se não isso, pelo menos um "bom dia" de reconhecimento).

Uma vez a minha mãe disse-me que não estava preparada para este mundo. Já não me lembro da situação que era, mas de certeza que defendia algo com paixão cega. Algo de bom, espero eu.
Mas depois, aprende-se que os outros não te devolvem. Tu esperas que sim, mas não. O princípio da coisa, seria ser boa pessoa, independentemente de quaisquer recompensas. Mas neste "mundo cão" (mãezinha) não dá para ser bom a toda hora.
Já tive alturas em que a bondade não foi retribuída, quando mais precisava; já tive alturas em que me espezinharam e gozaram. Dei na mesma. A minha mãe sempre me disse "faz bem, não olhes a quem". E eu, até hoje sigo este conselho.

Às vezes, já só espero que o karma actue na vez das pessoas. Por que algumas já perderam toda e qualquer capacidade de olhar para o lado.
Ontem senti-me mal num centro comercial. Não tive uma única pessoa que parasse para me perguntar o que se passava. Sim, houve pessoas a voltar atrás...para ver uns sapatos ou para verificar o preço de um vestido. Quantas delas dão alimentos, roupas para os mais necessitados? Muitas com certeza. Mas no que toca a olhar para o outro, ajudar no momento...
Falo deste exemplo, por que já nem há a capacidade de nos reconhecermos uns aos outros (e por que dói). Já não nos reconhecemos, mesmo partilhando o mesmo.

Perante isto, o desânimo, só resta continuar a insistir (mesmo que pareça de doidos) e esperar o tal resultado diferente.

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