Os propósitos são uma ideia que me agrada por serem tão multifacetados e – convenhamos! – porque só eu me lembrei de fazer uma crónica sobre isto. Assim, independentemente da borrada que daqui sair será, por certo e propositadamente, original.
Há os propósitos quando se anda nua pela casa e somos apanhados por alguém da família que nos alerta com um ‘Então, rapariga, resguarda-te, que vergonha! Não viste que estava aqui o tio Manel? Afinal que propósitos são esses?’. Estes propósitos são os que se enquadram na categoria de ‘questionáveis’ na medida em que se seguem sempre de uma interrogação. Ainda por cima uma interrogação convencida, que nem pede resposta nem nada.
Depois temos os propósitos que toda a gente diz que não tem quando faz algo mal. ‘Desculpa, não foi de propósito’. Não foi (uma merda) o catano! Tudo tem um propósito, mais não seja o ‘desculpa, sou um desajeitado com as mãos e logo as duas foram aterrar nas tuas mamas’ ou ‘mil perdões, estava apenas a testar os bicos do fogão desde ontem; nunca pensei que a tua casa fosse pelos ares’.
Sejamos sinceros, gente.
A começar por mim. Menti-vos. A falta de propósito existe em ‘propósito’ como sinónimo de ‘objectivo’. E nessa falta atentem, que é das mais (parolas) complicadas da existência humana.
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