16 julho 2011

a nossa gera...#6




Era instantâneo. Ouviam-se as primeiras notas a sair da televisão e era tudo a arranjar rápido um lugar no sofá. Os velhinhos jogos sem fronteiras, amigos.
Torcíamos por Portugal como se fosse o euro 2004 todas as semanas; havia que ficar melhor classificado que a França e a Itália, mas sobretudo que a Grécia.
Se me referirem Eládio Clímaco tenho de pensar duas vezes – à primeira engano-me e digo que é nome de empresa de ares condicionados –, mas se me disserem que era a voz dos jogos sem fronteiras – ai! – como não havia de saber tão bem! Falava sempre do Manel, do João, da Maria das equipas portuguesas como se se conhecessem realmente há muito tempo quando, na verdade – e quanto muito! – tinha partilhado com eles lugares próximos no avião até ao país da prova.
Sempre achei que éramos os maiores, só não sabíamos apostar o joker na altura certa. E o que mais gostava é que era o tipo de programa que, de tão familiar e fofinho, não permitia que qualquer pai ou mãe mandassem os garotos para a cama. Pelo menos os meus nunca se atreveram. Eu adormecia e acho que nunca via as últimas três provas, mas não ia para a cama mais cedo que isso era para os bebés.


Agora na televisão temos entretenimento que passa por gordinhos a esmifrarem-se em suor e fome. É parecido.

3 comentários:

AAdagio disse...

impossivel não ouvir esta musica na tv e ficar com uma pequenina esperança que a rtp decidiu finalmente repetir a emissão dos jogos sem fronteriras *.*

drimna disse...

podes crer. é uma nostalgia pegada! mas acho que, de vez em quando, ainda passa na rtp memória...é uma questão de estar no sítio certo à hora certa :)

AAdagio disse...

e a maneira como eu escrevi "fronteiras"?! espectacular. isto foi tudo culpa da nostalgia...embaciou-me os olhos. juro xD