Porque todos nós chegamos a um momento em que devíamos dizer isto, porque apesar de tudo o que nos possa acontecer, temos que nos compôr e seguir em frente.
29 janeiro 2010
Pensamentos em remoinho II
Caminho tanto e espero tanto para te encontrar. Para ter aquele sentimento de felicidade, satisfação, sei lá, de que estamos precisamente onde deveriamos estar.
Para mim esse não é um sítio, um lugar físico. É estar contigo. É amar-te em todos os nossos momentos. É chegar a casa depois de um dia muito cansativo e, mesmo que não estejam lá os teus braços para me receber, saber que, independentemente de tudo, estás lá. Saber-te comigo. Saber-te seguro a mim.
Não espero grande coisa desta vida. Ser grande. Fazer algo grande. Não espero ter todos os momentos perfeitos, aqueles que gostamos de colecionar na memória e que dizemos ser (só) a nossa vida. Estar apenas lá contida.
A minha vida é contigo ao meu lado. Caramba, é o meu riso pelo quarto, enquanto me fazes cócegas. É sairmos daqui e viajarmos sem destino. É apetecer-nos fazer algo, mesmo que seja super-strange, super-freaky e fazê-lo. É cada bocado teu que amo. Cada mania minha que tu adoras. São os teus beijos nas minhas bochechas rosadas e molhadas do choro da frustação. São os nossos gritos, quando nos zangamos. Caramba, preciso ao menos de saber que no final da minha estrada estarás lá. Misterioso. Tal como eu te imagino.
28 janeiro 2010
owner of her heart!
Um dia acordas e olhas para o tecto. Lês mais uma vez o letreiro ‘Não devias estar a ler isto, preguiçoso. A levantar já!’ que ela fez e ainda por lá se vai aguentando, com alguma magia anti-gravidade, da qual sempre desconfiaste.
Pisas o chão, frio nesse dia. E tão quente que estava ontem quando por lá se passearam. Mas ela já foi. Tem sempre de sair tão cedo, aquela puta, pensas.
Escondes a cara entre as mãos em frente ao espelho da casa-de-banho e ajeitas o cabelo como se por mero acaso alguma entidade divina ainda pudesse dar um jeito a isso.
Trincas duas vezes, de lados opostos, a mesma maçã – aquela maniazinha que preservaste desde que o fizeste um dia e ele te correu bem. Ela chama-lhe só ‘infantilidade’, mas tu sabes que é esse trincar que faz com que ela páre todos os dias na tua cama. É isso que deixa que tudo fique bem.
Escreves-lhe uma mensagem apressada no telemóvel que envias todos os dias às 13:47 horas em ponto, a hora em que se conheceram sem ela saber e que fizeste questão de memorizar. A de hoje diz ‘Espera só para veres a mensagem de amanhã!’ porque tu não sabes sequer o que lhe dizer mais. Não importa. Quando ela chegar, tu mostrar-lhe-ás. Sem palavras nem sílabas. Sempre te fizeste entender muito melhor no silêncio.
Sorris ao perceber que, ao acaso, vestiste a combinação de cores que ela mais gosta. E nesse momento sabes, tens a certeza que sim.
23 janeiro 2010
Broken
Olhei há pouco para o miúdo. Estava a dormir. Tinha as mãos encostadas à cara e um sono perturbado. Eu tirei um cigarro do maço, um dos poucos que sobram, e pus-me a saborear o doce alívio que ele me trazia. Só naquele momento, é certo.
Há dias que andamos a viajar. A correr. A fugir.
Como se escapa da realidade? No sonho?
O miúdo já nem isso tem. Ontem contou-me uns dos pesadelos recentes. Vi nele o reflexo da marca que a vida lhe deixou.
À noite chorei. Não fui capaz de lhe dar um melhor destino. Como é que um pai, que ama um filho e o quer proteger de tudo, encontra alívio, quando tudo aquilo que aconteceu, foi o que não prometeu no seu primeiro sopro de vida?
Porquê tu? Porque é que um miúdo tão especial como tu, teve de viver esta vida? Saber tão cedo o quão horrível é?
Por mim, já não sinto nada. Há muito que não o faço. Para não encontar na minha pele o cheiro do medo e da repugnância. Já há muito tempo que estou estragada. Há muito tempo que apenas vivo por ele. Porque não consigo ser cobarde e desligar-me de ti.
É neste amor que partilho contigo que acredito. Não aquele que inúmeras vezes me magoou. Me deixou estendida no chão a sangrar. Aquele que explorou o meu corpo e a minha alma. Me deixou vazia tão cedo.
Miúdo. Onde estamos agora?
Talvez o longe possível do passado. Provavelmente a viver. Mas tenho certeza que melhor.
Melhor miúdo. Isso prometo-te.
Deito-me ao teu lado. Já não durmo. Tenho medo que a realidade se aproveite e me apanhe desprevenida no sonho.
Aninho-me a ti e tenho a certeza das minhas forças. Já não durmo.
a ocorrência baseia-se sempre mais ou menos nisto...
Esquece.
É sempre nessa altura que o mundo roda mais rápido, o karma puxa o tapete debaixo dos teus pés e a justiça cósmica te espeta uns valentes pontapés no estômago.
Isso... aproveita agora para aprenderes. Que entretanto, e tão rápido, vais esquecer-te de novo.
17 janeiro 2010
Trabalhar os abdominais =)
Estamos as três à conversa a meio de cada garfada, contando pormenores do fim-de-semana que chega hoje ao fim. Muitas histórias estranhas, sem sentido, com referência a escalas coincidentes, falta de comunicações via telemóvel e lembranças de uma rosa.
E surge então em cima da mesa a sobremesa!
Uma come tangerinas [que descobriu agora que estamos na época delas], mas refila que não têm sumo. Então outra faz o favor de espremer um gomo, ultrapassando limites intransponíveis. E começam aqui os abdominais a dar sinais de vida.
As outras duas atacam a mousse de chocolate da mãe da dRiMna! [que, diga-se de passagem, é bem boa!] E aqui, já não são só os abdominais a trabalhar. Há quem comece mesmo a hiperventilar com tanto riso! Isto porque há quem decida pintar os lábios com mousse [sim sim, parecemos crianças. Mas somos felizes assim, por isso não critiquem. Experimentem ter uma refeição repleta de gargalhadas e depois digam se não vale a pena continuar a ser criança].
E depois desta animação toda, novas gargalhadas surgiram. Querem saber porquê? Imaginem uma menina de quase 3 anos. Já está? Agora imaginem-na a tratar-se a si mesma, vá, imaginemos que por, Kika. E vira-se ela para o avô e diz: avô, avô, chama a Kika, chama a Kika. Enquanto isso, lá vai a Kika esconder-se, como quem se encosta a uma parede e encolhe um pouco os ombros e fica, portanto, invisível. E lá procura o avô pela menina, e depois de muito [fingir] procurar, toca na menina Kika e diz: Ah, Kika estás aqui! E ela vira-se: Não, não, é outro bebé avô!
E já a sair da cozinha as gargalhadas desapareceram [vá, por meros segundos] quando nos é informado que existe agora por ai quem não note que está grávida até entrar em trabalho de parto. [diga-se que não é por estarem cegas ou loucas, mas sim porque não engordam, continuam a menstruar, e os testes de gravidez dão negativo. E mesmo assim, o bebé quer nascer, e para espanto, nasce uma criança normal. É de ficar de boca aberta e agarradas à barriga, não é?]
Apenas porque me apeteceu partilhar alguns dos milhões de gargalhadas.
16 janeiro 2010
Pensamentos em remoinho I
Mas nao te podia ter ou sequer lutar por ti, porque tu não querias.
Teria adorado ter-te dado toda eu. Da forma mais íntima que me pedisses. Sem pudor, sem ter medo de ser rídicula.
Teria trocado as minhas botas velhas por saltos altos, no nosso primeiro encontro.
Teria deixado os palavrões em casa e trocado o meu sorriso cínico pelo olhar de adoração dos apaixonados.
Teria feito caracóis e pintado as unhas da cor que tu adoras.
Teria deixado de ser eu, para me tornar tua. E o quanto teria adorado.
Não querias. Não queres.
Às vezes amar é saber deixar a pessoa ir. Mesmo que doa. Mesmo que seja para os braços de outra qualquer. Mesmo que nunca tenhas sabido o que é estar nos meus.
Adeus pessoa certa. Deste momento...
(Adaptado de um texto meu de 4/Out/2009)